sábado, 26 de fevereiro de 2011

Utilizando a cafeína no futebol: quais são os benefícios?

Estudos indicam que substância pode aumentar o tempo de exercício, pico da potência, capacidade de executar sprints (tiros), condução de bola e eficiência dos passes em jogadores



Os jogadores de futebol, muitas vezes, recorrem a substâncias e/ou suplementos para melhorar seu desempenho em campo e a cafeína é uma delas. Porém, assim como qualquer outra substância, ela possui seus riscos e benefícios.

Veja o que a cafeína pode fazer por um jogador de futebol:

BENEFÍCIOS: de forma geral, a cafeína ajuda a diminuir a fadiga, o cansaço/preguiça, estimular o sistema nervoso central, aumentar mobilização e queima de gordura, melhorar a contratilidade muscular e diminuir a percepção do esforço (o atleta fica mais resistente);

RISCOS: a cafeína pode causar efeitos colaterais em pessoas mais sensíveis, que são: insônia, dor de cabeça, irritação no estômago e intestino e efeito diurético. Em doses muito elevadas, pode causar desidratação, diarréia, tremores e prejuízos na coordenação;

NA PRÁTICA: alguns estudos comprovaram que a cafeína possui um efeito benéfico para jogadores de futebol ao ser capaz de aumentar o tempo de exercício, pico da potência, capacidade de executar sprints (tiros), condução de bola e eficiência dos passes, porém, no teste de agilidade, não houve muita melhora;

FUTEBOL BRASILEIRO: um estudo realizado aqui no Brasil em 2009 por Guttierres et. al., verificou que os jogadores que consumiram cafeína antes do jogo foram capazes de melhorar a altura atingida no salto vertical, mesmo após o desgaste de uma partida de 90 minutos e também melhoraram a potência de membros inferiores, mais para o grupo que consumiu bebidas com cafeína do que para o grupo que consumiu bebidas só com carboidratos.

Essa ação positiva que a cafeína causou na potência dos membros inferiores é importante, afinal, nos momentos finais da partida, os jogadores já estão cansados, fadigados e muitas vezes precisam realizar um gol decisivo.

COMO TOMAR? O pico da cafeína se dá uma hora após sua ingestão (ou seja, tomar de 50-60 minutos antes do exercício), e as doses variam de 1-5mg por quilo de peso. O ideal é começar com uma dose pequena e aumentar aos poucos. Não é indicado ultrapassar 6mg por kg/dia. Leia o rótulo dos produtos ou tome em cápsulas para ter noção das quantidades ingeridas.

ATENÇÃO! Não tome cafeína se você:

- For hipertenso (pressão arterial alta);
- Tiver algum distúrbio cardíaco (arritmia, má-formação, etc.);
- For ansioso demais;
- Tiver insônia;
- For agitado ou muito preocupado;
- Tiver úlcera ou gastrite;
- Tiver anemia instalada ou pré-disposição para (a cafeína diminui absorção de ferro).

Referências:

BIESEK, Simone; GUERRA, Isabela, ALVES, Letícia Azen. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. Editora Manole, 2005.

BARROS, Turíbio L, GUERRA, Isabela. Ciência do futebol. Editora Manole, 2004.

GUTTIERRES, Ana Paula M., NATALI, Antônio J., ALFENAS, Rita de Cássia G., MARINS, João Carlos B. Efeito ergogênico de uma bebida esportiva cafeinada sobre a performance em testes de habilidades específicas do futebol. Rev. Bras. Med. Esporte – vol. 15, n.º 6, 2009.


Autora: Giovana Guido
Disponivel em: Universidade do Futebol

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

“O desafio da correta dosagem do treinamento e da recuperação física no futebol profissional

Não é nenhuma novidade que a intensidade do esforço em jogos de futebol profissional de alto rendimento aumentou muito nos últimos anos. Basta assistir aos taipes com lances de jogos das décadas de 60 e 70, por exemplo, e comparar com os jogos de hoje. Os primeiros, mais pausados e cadenciados do que estes últimos, caracterizados pela velocidade, mobilidade, ocupação dos espaços do campo e intensa disputa pela posse da bola. Segundo Winkler (1989), o número de tiros de velocidade em jogos de futebol apresentou um aumento significativo ao longo dos anos: aproximadamente 70 em 1947; 145 em 1970; 185 em 1985 e 195 em 1989. Suponho que hoje em dia este número seja ainda maior.
A evolução da preparação física veio a reboque dos incontestáveis avanços nos conhecimentos da medicina esportiva, da fisiologia do exercício e da nutrição. O desenvolvimento e a popularização de novas tecnologias, novos materiais, novos métodos e meios de treinamento, além do crescimento de uma poderosa indústria em torno do futebol, movimentando mundialmente, cifras bilionárias, também tiveram seu peso para o aumento do nível de competitividade dentro do campo de jogo. Existem atualmente recursos muito úteis que auxiliam no controle da intensidade do treinamento como os monitores de freqüência cardíaca, e os aparelhos GPS, permitindo acompanhar com bastante precisão a intensidade do esforço de maneira individualizada.
Um dos maiores desafios que os treinadores, preparadores físicos e fisiologistas que atuam no futebol enfrentam, tem sido o de prescrever a correta dosagem dos treinamentos.
Ao atleta de futebol são necessários níveis ótimos de condicionamento em praticamente todas as capacidades. Porém, deve-se levar em conta que não há a necessidade de se ter a velocidade de um velocista do atletismo, ou a força de um levantador olímpico, ou a resistência de um maratonista. Ou seja, não em níveis máximos, mas em níveis ótimos e em todas elas.

É senso comum entre os preparadores físicos de futebol que, tão, ou até mais importante, do que o próprio treinamento, deve ser a atenção dada à recuperação do grupo de atletas. Daí os cuidados cada vez maiores com o chamado treino regenerativo e os diversos recursos auxiliares utilizados como: hidratação, repouso, alimentação, massagens, etc.
Alguns profissionais da preparação física, ainda erram no controle do treinamento quando não contabilizam os jogos e treinos coletivos como componentes da carga de trabalho em termos de volume e intensidade em suas planilhas.

Algumas posturas são bastante contraditórias, como abaixo descritas:

1) Após uma derrota, é comum que alguns treinadores usem aquele discurso pronto de que a equipe sentiu a seqüência de viagens e de jogos, que está desgastada, fadigada, etc, etc, mas aí, o que fazem? Devido às pressões causadas pelas derrotas, simplesmente aumentam a carga de treinos... Pode ser que alguns acreditem mesmo, que, treinando mais, a performance irá inevitavelmente melhorar. Ora, se a equipe está cansada, então deveria haver é mais descanso! Menos treinamentos! Para outros treinadores, como estão sempre inseguros, vivem na corda bamba, dependendo sempre de resultados para se manterem nos cargos, eles se vêem na obrigação de dar uma satisfação, de mostrar serviço para a diretoria, imprensa e torcida... E tome treinamento!!!

2) Quando detectam alguns jogadores com vida desregrada fora de campo, além do aumento da carga, podem mudar os horários de treinamentos. Dependendo das diferenças regionais (Estados onde existe o horário de verão), os treinos que aconteciam às 10:00 e/ou às 16:00h passam a ter início às 8:00 e/ou às 15:00h. Neste último caso, se for no horário de verão, significa na verdade treinar às 14:00h. Resultado: maior desgaste físico.

3) O estabelecimento de muitos microciclos com treinamentos em dois períodos como forma de “segurar” os jogadores pode ser uma boa estratégia de preservação dos mesmos desde que sejam realmente observadas a obrigatoriedade de alimentação, repouso e aplicação de uma carga moderada de trabalho, caso contrário, se tornaria mais desgastante e conseqüentemente, mais prejudicial do que benéfico.

4) Se a equipe vai mal, começam a inventar treinos que, se houvesse coerência não se aplicariam em determinadas épocas da temporada: em outubro ou novembro passam a usar tipos de esforço ou treinamento diferentes daqueles que estavam usando, provocando efeitos negativos. Aplicam altos volumes de treinos no final da temporada, etc. Será que, se, supostamente, a equipe não está bem condicionada nesta altura da temporada, seria producente tentar ganhar condicionamento na marra? O que deve comandar é a intensidade. O volume deverá ser baixo, lembrando que o atleta que atua em muitos jogos em seqüência, praticamente não treina! É jogar e recuperar, jogar e recuperar, especialmente quando há 2 jogos por semana.

5) Devido à Síndrome da Dor Muscular Tardia (SDMT): Contrações musculares vigorosas (excêntricas) aumentam a tensão muscular estressando as estruturas contráteis (actina e miosina) e as não contráteis (epimísio, perimísio e endomísio), gerando desarranjo ou micro-lesões na membrana citoplasmática e no retículo endoplasmático que armazenam íons de cálcio, este, por sua vez, cai no meio intracelular, é captado pela mitocôndria e lá irá inibir a fosforilação oxidadtiva, processo responsável pela síntese de ATP, levando à hipóxia, liberando prostaglandinas e hormônios pró-inflamatórios, (Clarkson, 1992). Do ponto de vista fisiológico, seria mais benéfico para os atletas, que, após o jogo de domingo, por exemplo, houvesse uma sessão de treino regenerativo na segunda feira e folga na terça feira, pois seria neste dia (48 horas após o jogo), que o atleta apresentaria mais dolorido e, portanto, com maior dificuldade para suportar cargas de trabalho. Alguns treinadores de renome, como José Mourinho, concordam com este ponto de vista, porém sugerem que mais importante do que o aspecto fisiológico seria o aspecto mental, mantendo, por esta razão, a folga na segunda feira para que os atletas possam relaxar das pressões competitivas através do descanso ou de momentos de lazer junto à família.

6) Postura empírica: aquele preparador que simplesmente acredita, sem nenhuma evidência ou pesquisa científica que lhe dê embasamento teórico, em determinados métodos ou meios de treinamento e que fazem destes uma ferramenta de marketing pessoal.

7) Os famosos treinamentos X-Tudo: Trabalham-se todas as capacidades físicas, além dos componentes técnicos indistintamente, sem critério, sem respeitar prioridades, ou seqüências de aplicação.

8) Excesso de treinamentos de finalização: Segundo estatísticas (Rigolim, 2006), o atleta que mais finaliza durante uma partida, o atacante, apresenta uma média de 10 finalizações por partida. O atleta que mais realiza cruzamentos, o lateral, soma uma média de 8 cruzamentos por partida. Então pergunto: porque submeter os atletas a repetições exaustivas com até 30 repetições destes fundamentos (chutes a gol e cruzamentos)? O que vai haver de produtivo? Quando a fadiga muscular aparece, a precisão diminui, o atleta começa a errar mais e, o mais perigoso: para evoluir da fadiga para uma lesão, é só um passo! Existem ainda dois agravantes para este tipo de treino: 1º) Os atletas gostam! E isso não é bom?! Alguém pode perguntar. Nem sempre, pois o atleta pode se empolgar (geralmente os mais jovens) e “soltar a perna” aumentando os riscos. 2º) Tradicionalmente, este tipo de atividade é realizado ao final da sessão de treinamentos, ou seja, quando o atleta já está desgastado. O ideal seria o treinamento técnico realizado no início da sessão, com os atletas ainda descansados.

É contra producente abrir mão da qualidade em prol da quantidade. No jogo, que é o momento de intensidade máxima durante a semana, aquele período de tempo relativamente prolongado (90’) em que o atleta deve se doar ao máximo, pois, é ali, que “tudo está em jogo” (pelo menos é o que se espera no desporto de alto rendimento), muitas vezes o atleta abrirá mão da qualidade para buscar, na disputa pela bola ou na busca pelo gol, mais centímetros, menos segundos, mais torque, etc. Porém, com sérios riscos à sua integridade física. Penso que seria mais seguro, mais produtivo e coerente realizar treinos de finalização mais curtos (10 a 15 repetições), o que permitiria que fossem realizados até mesmo diariamente sem maiores riscos.

9) Alto volume de treinamento em semanas de decisões: O time corre o risco de chegar ao dia da final desgastado fisicamente.

10) Não priorizar uma competição em relação à outra quando disputadas simultaneamente, ou seja, acreditar que é sempre possível ganhar todas. O time entra com sua força máxima em ambas as competições, levando a um desgaste exagerado que poderá vir a ser a causa do insucesso em ambas. A opção de se realizar um revezamento de jogadores, poupando os titulares mais importantes de grandes seqüências de jogos a fim de priorizar a competição mais importante/interessante para o clube seria mais inteligente e com maiores probabilidades de êxito.

11) Excesso de treinos coletivos. Atletas de futebol profissional chegam a jogar de 40 a 60 partidas por ano e os coletivos, que são esforços similares ao jogo, são, além de desgastantes, arriscados em termos de contusões devido às condições inerentes ao jogo (tamanho do campo, disputas, choques, etc).

12) Inespecificidade. Ao enfatizar atividades que não são específicas da modalidade ao longo de toda a temporada, qual seria o benefício real para o atleta? O que seria mais indicado? Exemplos: treinos na caixa de areia e corrida contínua de longa duração. O atleta de futebol chega a percorrer distâncias de até 14km por partida (Mil-Homens, 2004), mas não de modo contínuo e uniforme. Seu tipo de esforço é intermitente, aleatório e imprevisível, podendo variar de parado, andando, trotando, até tiros curtos em máxima velocidade com mudanças de direção, saltos, giros e frenagens bruscas (Balson, 1999). Sabe-se que o futebol continua sendo, em termos de volume, predominantemente aeróbio, porém, o que é preponderante, o que decide os resultados das partidas são os esforços anaeróbios de intensidade máxima e curtíssima duração. Ao se priorizar as tradicionais corridas contínuas, haverá um claro prejuízo para a performance de alta intensidade, pois as fibras que estarão sendo estimuladas com este tipo de treinamento serão as de contração lenta e não aquelas de contração rápida solicitadas nestes esforços decisivos (Balson, 1999). A somatória dos efeitos de todos os outros tipos de treinamento como: jogos em campo reduzido, treinos de velocidade e agilidade, coletivos, além dos próprios jogos, já são suficientes para uma boa performance na prática do futebol, inclusive em termos de capacidade aeróbia, afinal, o atleta de futebol não vai correr uma prova de maratona.

13) Segundo Winkler (1989), em torno de 24% dos tiros em uma partida de futebol ocorrem em distâncias que vão de 5 a 8m; 19% são de 9 a 12m e 15% de 13 a 16m. Apenas 8% dos tiros são acima de 36m. Por esta razão, não há porque priorizar, nos trabalhos de velocidade, tiros de 100 ou 200m. É a busca da especificidade, estimular o tipo de esforço que se vai realizar em campo durante o jogo.

14) Pressa para o retorno de atletas lesionados: Pode acontecer, quando se trata de um atleta importante para a equipe e existe a pressão por resultados imediatos. O atleta tem um retorno precoce às atividades podendo ocasionar recidivas de lesões.

15) Feedback dos atletas. Afinal, quem entra em campo e joga, quem se submete na prática aos diversos tipos de treinamentos aplicados, são os atletas. Por maior que seja o conhecimento e a experiência do preparador físico, quem sente na pele os efeitos dos esforços são os jogadores, daí a necessidade de ouvi-los sobre como está sendo a carga e como estão se sentindo em relação à mesma. Desnecessário dizer, que devemos ser inteligentes para distinguir que tipo de atleta nós devemos ouvir e levar a sério neste quesito: o “boleirão”, ou aquele que é um exemplo de atleta profissional?

Enfim, o desporto de alto rendimento, não é sinônimo de saúde! Muito pelo contrário: os atletas são submetidos a cargas severas ao longo de seus anos de carreira esportiva. Ao abandonarem o esporte, geralmente por volta dos 35 anos de idade, muitos estarão sofrendo as seqüelas de patologias ortopédicas. No caso dos futebolistas, especialmente nas articulações de membros inferiores e na coluna.
Alguns procedimentos adicionais, muitos deles de fácil aplicação até mesmo para equipes com poucos recursos materiais, além do próprio treinamento de caráter regenerativo (cuja intensidade não deve ser superior a 60% da FC máxima) (Bangsbo, 1994), tem como objetivo acelerar a recuperação física e mental do atleta para os esforços subseqüentes (treinamentos e/ou jogos) dentro do microciclo, sendo considerados mais eficientes do que a recuperação de natureza passiva (Reilly, 2005). Estes mesmos autores sugerem que, alguns recursos a serem utilizados durante (intervalo) e/ou imediatamente após o jogo e/ou treino intenso, seriam: a hidratação, a reposição de carboidratos e sais minerais através de frutas, sucos, bebidas isotônicas, gel, alimentação balanceada, etc, alongamentos moderados, trote em baixo volume e intensidade (15’ a 20’), hidromassagem, banheira quente, banheira gelada (crioterapia), massagem suave, repouso adequado. Outro cuidado a se tomar, seria evitar a ingestão de álcool por pelo menos até 2 horas após o jogo, pois antes deste prazo, o álcool prejudicaria a restauração dos estoques de glicogênio, além de aumentar ainda mais a desidratação devido ao seu efeito diurético (Burke, 2003; Shirreffs, 2006). No dia seguinte, podem ser aplicados estes mesmos procedimentos acrescidos de outros como sauna, hidroginástica leve, duchas e massagens mais vigorosas.
O chamado treinamento funcional (Prentice, 2002), já virou rotina em várias modalidades esportivas. Ao trabalharmos a musculatura profunda da região da cintura pélvica, o chamado centro estabilizador, composto pelos músculos abdominais, adutores, glúteos, lombares, espinhais, multífidos, etc, visamos aumentar o controle neuromuscular, aumentando a atividade antecipatória ao movimento e conseguindo-se, em médio prazo, movimentos mais coordenados, econômicos e eficientes tanto quantitativa quanto qualitativamente nos gestos técnicos específicos da modalidade. Pode ser aplicado diariamente, pois o nível de desgaste físico é baixo. É eficiente também como recurso corretivo para um possível quadro de over-training, pois sugere uma variação da atividade física rotineira, normalmente indicada para um período de transição, por exemplo.
Embora o futebol não seja uma ciência exata, pois depende de inúmeros fatores, sendo que muitos destes fogem ao nosso controle, alguns clubes já perceberam a importância do investimento em conhecimento científico. Penso que profissionais reconhecidamente capacitados e com formação acadêmica respeitável, principalmente nas áreas de fisiologia, aprendizagem motora e treinamento desportivo, deveriam ser contratados para atuação como coordenadores técnico-científicos, em tempo integral e com plena autonomia para interferência / ingerência em contratações e na montagem da metodologia de trabalho do clube desde as categorias de base. A instituição de comissões técnicas permanentes possibilitaria a implantação de metodologias e/ou filosofias de trabalho próprias do clube, trazendo benefícios técnicos a médio e longo prazo, além de uma considerável economia para o clube.

Concluindo, creio que uma filosofia de trabalho mais conservadora seria a mais segura: melhor menos do que mais! Afinal, atleta não é máquina! Se eu os treino um pouco abaixo do que eles suportam, posso detectar, rapidamente, através de testes e da própria observação de seu desempenho, qualquer possível deficiência na sua performance e aplicar posteriormente as correções que se fizerem necessárias. Se treinarmos além do que meus atletas suportam, a curto, médio ou a longo prazo, a lesão será inevitável e aí é prejuízo certo.

Bibliografia

BALSON, PAUL D. Precision Football. Polar Electro Oy, Kempela, Finland, 1999.
BANDY, WILLIAM D. Exercício terapêutico: técnicas para intervenção. Guanabara Koogan, São Paulo, 2003.
BANGSBO, J. The physiology of soccer, with special reference to intense intermittent exercise. Acta Phy. Sca.: an international journal of physiological sciences, v. 151, suplementum 619, 1994a.
BURKE, L. M; COLLIER G. R, Broad EM,Davis PG, Martin DT, Sanigorski AJ,Hargreaves M. (2003). Eff ect of alcohol intake on muscle glycogen storage after prolonged exercise. Journal of Applied Physiology 95:983-990.
CLARKSON P.M., NOSAKA K., BRAUM B. Muscle function after exercise-induced muscle damage and rapid adaptation, Medicine and Science in Sports and Exercise. Vol.24, nº5, p:512-520, 1992.
MIL-HOMENS, PEDRO V. Variação dos valores da distancia percorrida e da velocidade de deslocamento em sessões de treino e em competições de futebolistas juniores, Revista Brasileira de Ciências do Desporto. 2004. Vol. 4, nº 1 (7-16)
OLIVEIRA, BRUNO. Mourinho – Porquê tantas vitórias? - Gradiva Publicações, Lisboa, 2006.
POWERS, SCOTT K. - Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 5ª Edição, Manole, São Paulo, 2005.
PRENTICE, WILLIAM E. Técnicas de Reabilitação em Medicina Esportiva, Manole, São Paulo, 2002.
REILLY, T. An ergonomics model of the soccer training process. Journal of Sports Sciences. v. 23, n.6, p. 561-572. 2005.
RIGOLIM, L. R. Conteúdo das aulas do curso de pós-graduação em Treinamento Desportivo, Universidade Gama Filho, Belo Horizonte, MG, 2006.
SHIRREFFS, S. M; MAUGHAN, R. J. The effect of alcohol on athletic performance. Curr Sports Med Rep. 2006 Jun; 5(4):192-6.
WINKLER, W. (1988) Match analysis and improvement of performance in soccer with the aid of computer controlled dual video systems (CCDVS). In Science and Football (eds T. Reilly, A. Lees, K. Davids and W. Murphy). Londom: E&FN Spon.
WINKLER, W. (1992) Computer controlled assessment and video technology for the diagnosis of a player’s performance in soccer training. In T. Reilly (ed.), Science and Football II. London: E&FN Spon.
WINKLER, W. (1996) Computer/video analysis in German soccer. In National Analysis of Sport – I & II (edited by M. Hughes). Cardiff. UWIC.


Autor:Francisco Adolfo Ferreira
Fonte: Universidade do Futebol