segunda-feira, 20 de maio de 2013

Atividade aeróbica associada ao método pilates: uma possibilidade para a diminuição da mortalidade


O método Pilates deve ser entendido como algo muito além de uma atividade que propicia maior resistência, força e flexibilidade da musculatura. Infelizmente, muitos instrutores ainda não enxergaram todo esse poder do método. De modo talvez ousado, propomos o treinamento cardiorrespiratório (Exercício Aeróbico - EA) associado com Pilates, como modo de prevenção de doenças ou de tratamento. Isso mesmo, estamos propondo o treinamento aeróbico associado ao Pilates. Este é possível e muito válido. Diversos estúdios já estão incorporando a bicicleta e a esteira como mais uma possibilidade, e muitos destes estúdios localizam-se dentro de academias de ginástica. O mais interessante, veremos mais a frente com maior propriedade, que quanto maior o condicionamento cardiorrespiratório (VO2máx), menor o risco de morte (< 8 MET) (MYERS, 2002). 


Surge então o Exercício Aeróbico associado ao Pilates, como uma ferramenta de prevenção, promoção da saúde e, até mesmo, como forma de tratamento não farmacológico, principalmente para Doenças Crônicas Não Transmissíveis. 


Quando pensamos em uma atividade aeróbica, a primeira questão que deve vir em mente é qual o melhor exercício, seguido da intensidade correta. Identificar a primeira etapa é razoavelmente fácil, a segunda, controlar a intensidade do esforço, é que deve ser considerada de escopo complexo. 


Outro fato importante, é a diferença quanto a prescrição do exercício aeróbico para a saúde e para a performance. Na promoção da saúde, o objetivo é melhorar a aptidão cardiorrespiratória; já aquele que tem por finalidade a melhora do desempenho, além da aptidão cardiorrespiratória, deseja aprimorar a tolerância à fadiga em exercícios máximos e submáximos de esforço, eficiência no gasto energético, entre outros aspectos. Foi citado o exercício submáximo para adaptações quanto à fadiga em um circuito no Pilates, por exemplo, pois o indivíduo não consegue se manter por muito tempo em um exercício máximo, principalmente se o mesmo for de tipo contínuo, o que iremos discutir mais a frente. 


Como o Pilates tem muito cunho terapêutico, o enfoque nesse texto será na promoção da saúde, portanto, melhora da aptidão cardiorrespiratória. Nesses marcos, já se sabe que os treinos em alta intensidade são melhores (> 80% VO2máx ou > 85% FCreserva) do que os de moderada e baixa intensidade (40 a 80% VO2máx ou entre 60 a 80% da FCreserva), pois em discurso simples, melhora com maior eficiência a aptidão relatada. O “x” da questão, quando falamos em exercício aeróbico e saúde, é que os estudos atuais, como o de Mayers (2002)mostram que quanto maior a aptidão, menor o risco de morte. Neste trabalho foi apontado que para 1 MET (valor de 3,5 do VO2) de melhora, são diminuídos de 12 a 15% o risco de morte. Além do trabalho de alta intensidade comparado ao de média e baixa intensidades melhorar em maior proporção o VO2máx, também incide qualitativamente em certos fatores de risco de morte. Assim, quanto mais condicionada a pessoa (entendido pelo consumo máximo de O2) menor o risco; quanto menos condicionada, maior a probabilidade de morte. A aptidão também é correlacionada em alguns trabalhos com questões de saúde como: o diabetes, a hipertensão, o fumo e o alcoolismo. 


Alguns autores arriscam o discurso de que a sobrevida é pior em quem é sadio e mal condicionado, do que no sujeito que é doente, no entanto, bem condicionado. Devemos apenas tomar cuidado com esta afirmativa, a fim de evitar equívocos. Não podemos afirmar que ser cardiopata bem condicionado é mais indicado do que ser um sedentário não cardiopata. A conclusão que se pode obter é que o condicionamento cardiorrespiratório é fator importante para a qualidade de vida. E não, que possuir uma patologia qualquer é positivo. 


Para trabalhar com exercícios aeróbios de moderada e alta intensidade somado ao Pilates, é preciso optar pelo treinamento continuo ou intervalo, moldados pelos indicadores de intensidade que serão relatados a seguir. Sabe-se ainda, que para se manter mais tempo em alta intensidade é preciso treinar na modalidade intervalada, já que no contínuo, não é possível se manter no steady state por muito tempo no exercício. 


Aperfeiçoando o consumo de O2, melhora-se a aptidão, reduzindo ou auxiliando na diminuição dos riscos de morte, isso já sabemos. Mas como trabalhar as intensidades? Na prescrição do exercício aeróbico, na perspectiva da saúde, são utilizados 5 indicadores de intensidade: VO2res, VO2máx, FCmáx, FCres e taxa de esforço perceptivo, como a escala de Borg. Sim, para ser instrutor de Pilates, precisamos saber trabalhar os indicadores de intensidade. 


Com relação aos indicadores, existem alguns problemas relacionando as pesquisas e a prática, pois diversos trabalhos fazem simetria entre indicadores na relação de 1:1, como no caso da FC e o consumo de O2, partindo do principio que existe relações de paridade exata entre esses marcadores, quando na realidade, não devem ser utilizados para tal referência, mas sim, para se saber em que percentual de esforço se está trabalhando. Outra relação errônea muito utilizada é a do gasto energético representado em MET e o consumo de O2. 


Outra questão bastante criticada na literatura atual, é a lenda de que um iniciante buscando o condicionamento cardiorrespiratório deve trabalhar em intensidade baixa ou moderada. Como dito anteriormente, estudos comprovaram que o condicionamento aeróbico traz resultados muito mais favoráveis em trabalhos de alta intensidade, desde que realizados de maneira intervalada com cargas e descansos ativos adequados. Os estudos avançam proferindo ainda, que quanto maior o aprimoramento cardiorrespiratório, menor é o risco de morte. Os dados são bastante interessantes: para cada aumento do MET, o indivíduo tem uma redução do risco de morte de 13% a 15%. Portanto, aumentando de 3 a 4 METs, temos uma redução de 50% do risco de morte. Vale ressaltar mais uma vez, que estes são parâmetros estatísticos importantes, mas que devem ser interpretados de maneira consciente. Não devemos extrair conclusões precipitadas desta fala, como: se eu melhorar meu condicionamento cardiorrespiratório no Pilates, não irei morrer. Apesar de diversas pesquisas mostrarem um efeito muito positivo, é bastante difícil aumentar o consumo de O2, o que torna a tarefa de aprimorar o MET complexa. 


Este é um texto reflexivo que não visa trazer dados epistemológicos. O objetivo aqui é salientar aos instrutores de Pilates, que podemos trazer uma prevenção ou tratamento de patologias respiratórias severas, e ainda, melhorar a sobrevida dos indivíduos. Portanto, de grande valia para toda uma sociedade. Mãos a obra!

Referências e sugestões de leitura:

BEZERRA, Marcelo Jorge de Souza; PERFEITO, Rodrigo Silva. Variação do humor por meio de exercícios de Pilates em adolescentes acautelados. Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 16, nº 90, Jan/Fev de 2013. p. 32-41

MYERS, J; PRAKASH, M; FROELICHER, V; DO, D; PARTINGTON, S; ATWOOD, J. Exercise capacity and mortality among men referred for exercise testing. N Engl J Med 2002; 346:793-801. PERFEITO, Rodrigo Silva. A importância de pensar no método Pilates como uma modalidade de treinamento. Revista Negócio & Fitness. São Paulo, v. 19, Dezembro de 2011.

PERFEITO, Rodrigo Silva. Pensamentos sobre as indicações e contra indicações no método Pilates. Revista Negócio & Fitness. São Paulo, v. 24, Maio de 2012. pp. 06-08. PERFEITO, Rodrigo Silva. Pilates: studio, solo e bola. Rio de Janeiro: Fisart, 2011

PERFEITO, PERFEITO, Rodrigo S. Pilates: as diferentes respostas adaptativas ao exercício entre homens e mulheres. Rev. NovaFisio. Ano 15, n.87. Julho/Agosto 2012.

SOARES, Tadeu W; PERFEITO, Rodrigo S. Sugestão para inserção de softwares durante a avaliação dos alunos de estúdios de Pilates: uma revisão de literatura. Rev. NovaFisio. Ano 15, n.84. Jan/Fev 2012.
    
Autores: Rodrigo Silva Perfeito e Ricardo Gonçalves Cordeiro

Artigo Autorizado - Fonte: Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 16, nº 91, Março/Abril de 2013. p. 32-34http://www.novafisio.com.br

Disponível em: http://cdof.com.br/pilates5.htm

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bioenergética: base da fisiologia do esforço

Breve revisão da literatura a respeito, com uma abordagem sobre os sistemas energéticos de produção de energia

O estudo da fisiologia do corpo humano e preparação física esportiva é uma das áreas de conhecimento do movimento humano que mais cresceu nas últimas décadas. Muitas dúvidas importantes foram respondidas no assunto, e ainda assim existem muitas controvérsias e teorias que vêm sendo analisadas para uma melhor explicação aos variados processos desse universo em miniatura, o corpo humano. Este artigo tem como objetivo fazer breve revisão da literatura a respeito da fisiologia do esporte abordando os principais aspectos dos sistemas que são responsáveis pela prática de toda e qualquer modalidade esportiva, em toda e qualquer categoria - os sistemas energéticos de produção de energia.

Como se sabe, para o corpo humano realizar suas atividades ele utiliza ATP (adenosina trifosfato), que nada mais é que uma adenosina ligada a três grupos fosfatos. Quando a enzima ATPase liga-se à molécula de ATP, rompe-se desta um fosfato inorgânico (Pi), formando um ADP + Pi (adenosina difosfato + fosfato inorgânico). Essa reação fornece cerca de 7,6 kcal. É a partir daí que o ciclo ATP-CP se inicia. Um mol de fosfocreatina (CP) liga-se à enzima creatina quinase (CK), ocorrendo o rompimento na ligação dos elementos, fornecendo energia (CP => C + Pi + energia). Esta energia fornecida na quebra da fosfocreatina é utilizada para ligar o Pi com o ADP, "recriando" um ATP (ADP + energia + Pi => ATP). Tal sistema tem como função apenas manter as concentrações de ATP (diminuindo a concentração de CP) e não necessita de O2, por isso se diz anaeróbio. Tal mecanismo pode fornecer energia de 3 a 15 segundos em uma atividade física intensa. (WILMORE; COSTILL; 2001).

Em termos práticos, pode-se dizer que o sistema anaeróbio alático (sem produção de ácido lático) ocorre nos jogadores de futebol quando os mesmos realizam sprint máximo ou nos atletas de 100 m rasos do atletismo, atletas de 50 m livres da natação e assim por diante. Esse é o sistema mais simples que o organismo humano possui para síntese de energia e ressíntese de ATP. Quando a creatina fosfato depleta ou quando o tempo de duração da atividade for mais prolongado, o músculo passa por outros sistemas de produção de energia mais complexos: a glicólise e a fosforilação oxidativa.

No sistema glicolítico, ocorre a glicólise ("quebra" de glicose ou glicogênio) no hialoplasma. O carboidrato passa por 12 reações envolvendo enzimas glicolíticas até ser degradado em duas moléculas de ácido pirúvico, tendo como saldo a produção de três ATPs (quando utilizado glicogênio) ou dois ATPs (quando utilizada a glicose). Após a formação dos dois ácidos pirúvicos, podem ocorrer dois processos: primeiramente, o ácido cai no sistema oxidativo (que veremos a seguir) se puder ser reagido com o oxigênio e houver tempo para isso. O outro processo é a combinação das duas moléculas de ácido pirúvico com os íons hidrogênio para formação do ácido lático, sendo este o primeiro processo de tamponamento do hidrogênio.

Quanto maior a quantidade de hidrogênio, menor o pH e mais ácido se torna o meio, fazendo com que algumas enzimas percam suas atividades. Assim, o hidrogênio inibe a glicólise e suas reações, não havendo, portanto, produção de ATP. Além disso, a acidez reduz a capacidade das fibras ligarem-se ao cálcio, impedindo a contração muscular. O segundo processo de tamponamento do hidrogênio é a combinação do bicarbonato de sódio com o ácido lático, formando lactato de sódio e ácido carbônico, que logo se dissocia em água e dióxido de carbono.

Contudo, o excesso de ácido láctico não é o responsável pela fadiga muscular e nem pela cãibra, como o senso popular acredita. A cãibra muscular até hoje é uma dúvida das ciências do esporte, pois não se sabe com certeza qual mecanismo é o mais determinante para que ela ocorra. Porém, a ciência já sabe que a cãibra pode ser causada por quatro fatores diferentes: acúmulo de subprodutos metabólicos (hidrogênio); falha nos mecanismos de contração muscular (sódio ou potássio, principalmente sódio, que aparece em maior quantidade no suor); falta de substratos energéticos, que nada mais é do que a falta de carboidrato ou gordura para a geração de energia (principalmente a falta de carboidrato), sendo este um dos motivos pelo quais os jogadores de futebol não poderem atuar todo dia, fornecendo ao organismo o tempo necessário para a recomposição dos estoques de glicogênio; e o último possível motivo da cãibra é a fadiga do sistema nervoso central, onde o próprio sistema nervoso apresenta maior dificuldade em manter a eficiência dos movimentos ou dos gestos desportivos (POLITO, 2008).

Segue abaixo figura ilustrativa das reações químicas envolvidas na glicólise anaeróbia ou sistema glicolítico.




O sistema glicolítico é muito utilizado em modalidade de velocidade, como os 400 m rasos do atletismo, pois é um sistema de rápidas reações. Porém, ao mesmo tempo é um sistema limitado, já que provoca acidose metabólica, gerando a fadiga muscular. O sistema glicolítico possui tempo de ação de aproximadamente um minuto, enquanto isso, o sistema energético mais prolongado que existe até hoje descoberto pelas Ciências do Desporto é o sistema oxidativo.

O sistema oxidativo é composto de várias reações químicas, não sendo o objetivo do presente artigo dar conta de todas elas, mas sim fazer um exposição geral acerca do funcionamento desse sistema. O produto final da glicólise (ácido pirúvico) ingressa na mitocôndria. Cada molécula desse ácido possui três átomos de carbono. O ácido pirúvico perde uma molécula de CO2 (eliminado para o ambiente pelos pulmões), convertendo-se em ácido acético, com dois átomos de carbono. Este se une a uma substância chamada Coenzima A, formando o acetil-CoA. Antes de prosseguir, é importante ressaltar que no ciclo de Krebs, o acetil-CoA (que advém do CHO ou da gordura) precisa formar citrato e, para isso, junta-se ao oxaloacetato (OAA, formado por glicose).

Por isso, chega-se à conclusão de que para a utilização da gordura para síntese de energia, o organismo necessita de qualquer forma de glicose, "desmitificando" a teoria de que uma pessoa pode emagrecer em jejum, por exemplo, pois no estado de restrição alimentar esta pessoa estaria com sua taxa de açúcar depletada no organismo. (COSTA; MARQUEZZI, 2008).

Após esse ciclo, o NADH2 e o FADH2, antes surgidos, entrarão em uma cadeia de transportes de elétrons (a cadeia respiratória), onde uma série de reações promove a liberação de energia dos elétrons. Finalmente essa energia é canalizada para a síntese de ATP (ADP + energia + Pi => ATP) no processo de fosforilação oxidativa. Agora, os prótons e elétrons transportados na cadeia respiratória unem-se ao O2, formando água e evitando assim qualquer acidificação no interior das células. Nesse momento, são formados 38 ou 39 ATP caso seja utilizada a glicose ou o glicogênio, respectivamente, sendo por este motivo que recebe o nome de oxidação de carboidrato.

Contudo, sabe-se que, como o carboidrato, a gordura também contribui para as necessidades energéticas dos músculos. As reservas do glicogênio muscular e hepático são capazes de fornecer 1.200 a 2.000 kcal de energia, mas as gorduras armazenadas no interior das fibras musculares podem fornecer pelo menos 70.000 a 75.000 kcal, mesmo num adulto magro.

Os ácidos graxos provenientes dos triglicerídeos passam pela chamada Beta-Oxidação (ß-oxidação), em que há um catabolismo enzimático feito pelas mitocôndrias, gerando ácido acético. Cada um deste transforma-se em acetil-CoA, passando a partir de então pelo mesmo ciclo antes explicado (ciclo de Krebs).

Não se deve descartar a ideia de que certa quantidade de gordura fornece muito mais energia que uma mesma quantidade de carboidrato, devido à maior formação de acetil-CoA.

A proteína muitas vezes também é utilizada para síntese de energia. Alguns aminoácidos podem ser convertidos em glicose através da gliconeogênese, e a partir disso entrarem no processo oxidativo como acetil-CoA. O uso da proteína muitas vezes pode degradar o músculo de um atleta mal alimentado, pois na falta de carboidrato ou gordura para oxidar, a proteína formadora da massa magra (músculos) também é oxidada, deixando o atleta mais fraco fisicamente.



Figura 2: O metabolismo de gordura, de carboidrato e de proteína é reduzido a acetil-CoA e entra no ciclo de Krebs.


Pode-se dizer, com segurança, que o presente artigo alcançou seus objetivos, expondo os principais aspectos da base da Fisiologia do Exercicio: a Bioenergética.


Bibliografia

COSTA, A. S. & MARQUEZI, M. L. Implicações do jejum e restrição de carboidratos sobre a oxidação de substratos. Revista Mackenzie de cãocação Física e Esporte, v. 7, n. 1, 2008. P.119-129.

POLITO, L. F. T. A verdade sobre o potássio, a cãibra e a banana: será o potássio o herói e a banana a vilã? Universidade do Futebol. http://cidadedofutebol.com.br/Universidade/Web/Site/index_area_saude.asp?arq=artigo.asp&id_cont=1615. Acesso em 26/08/2008 às 13:46.

WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. 2ª ed. São Paulo, Manole, 2001. 709 p.

Fonte: Universidade do Futebol

segunda-feira, 11 de março de 2013

LOMBALGIA

A lombociatalgia consiste no estreitamento do canal vertebral da região lombar e é de difícil diagnóstico, uma vez que apresenta sintomatologia semelhante à de outras patologias, como hérnia de disco, síndrome do piriforme e artrose discal.
A dor popularmente conhecida como “dor no ciático” é decorrente de uma compressão nervosa na região lombar (L3, L4, L5 e S1), habitualmente resultante de uma h
érnia de disco.



A hérnia de disco mais comum é a ocorrida entre as vértebras L5 e S1, sendo, por sua vez, a responsável pela maioria das lombociatalgias. Existem outros fatores que também são capazes de levar à compressão radicular, como, por exemplo, tumores, processos inflamatórios, osteófitos (mais conhecido como “bico-de-papagaio”), entre outros. A articulação sacro-lombar (L5 e S1) corresponde ao ponto de equilíbrio do corpo humano, sendo assim, problemas assimétricos no quadril comumente resultam em problemas por toda a extensão do corpo.

O que caracteriza a lombociatalgia é a irradiação da dor para as nádegas e face posterior da coxa, podendo alcançar até o pé. A intensidade da dor varia desde um pequeno desconforto até uma dor intensa, sendo que a movimentação da coluna exacerba o quadro doloroso. Na maior parte dos casos observa-se transtorno funcional, impossibilitando que o paciente realize suas atividades rotineiras, como trabalhar, recostar ou deitar. Em algumas situações, pode haver total bloqueio funcional, com o paciente permanecendo rigidamente em uma única posição.

A dor pode ser do tipo aguda ou crônica. No primeiro caso ela surge durante a realização de um determinado movimento, como, por exemplo, levantar um peso, enquanto que no segundo caso, vai surgindo gradualmente. Outra característica comum desta patologia é a rigidez matinal, melhorando ao passo que o indivíduo se movimenta. Até movimentos mínimos, como espirrar e tossir gera dor.

Dentre outras manifestações clínicas estão:

Parestesia da região ou do membro ou membros inferiores e pé;
Intensificação da dor à palpação;
Hipertrofia e hipertonia.
O diagnóstico é feito por meio do exame físico, com o quadro clínico apresentado pelo paciente, juntamente com radiografia, a qual evidencia diversos problemas relacionados ao surgimento da lombociatalgia, como:

Escoliose;
Diferença de comprimento entre os membros;
Alterações sacro-ilíacas;
Hiperlordose lombar;
Espondilólise;
Estreitamento do espaço entre as vértebras L5 e S1;
Sacro horizontalizado.
O tratamento pode ser do tipo conservador, que engloba o repouso e o uso de medicamentos, ou o tratamento cirúrgico. O repouso é altamente eficaz nos casos de lombociatalgias; contudo, ele não pode ser longo, pois o repouso em excesso pode causar efeitos negativos sobre o aparelho locomotor. No momento em que o paciente já consiga realizar suas atividades rotineiras, o tempo de repouso deve ser reduzido, estimulando o mesmo a retornar às suas atividades rapidamente.

Após afasta a causa específica da lombociatalgia, o tratamento deve visar controlar a dor, para que o paciente alcance a recuperação funcional o mais depressa possível.

O tratamento de eleição das lombociatalgias é sempre o conservador. Todavia, quando a resposta a este não é satisfatória, podem ser realizados alguns procedimentos invasivos, como infiltrações nas discopatias, tratamento cirúrgico de hérnia discal em casos de déficit neurológico grave agudo, dentre outros procedimentos cirúrgicos.



Fonte: http://www.infoescola.com/doencas/lombociatalgia/

Citado por: Rafael Tadeu Preparador Físico das Categorias de Base do América Futebol Clube - MG.